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Porque eu saí do Instagram (em parte)

  • obrunoguma
  • 27 de mai.
  • 3 min de leitura

Porque é um mundo de mentira. 


Poderia acabar por aqui, mas vou elaborar um pouco mais. Talvez pra eu entender melhor também.

Eu estou saindo, mas não completamente. É uma prisão bem difícil de escapar essa das redes sociais. Pra mim chegou a hora de encarar essa mudança de algo que me incomoda há bastante tempo. Várias vezes já desativei minha conta, às vezes por um dia, às vezes uma semana. Acho que todo mundo já fez isso, ou flertou com essa ideia. Acho que todo mundo quer sair, mas não sabe como. 

Todo mundo quer sair, mas sempre tem um motivo, ou uma desculpa. É uma dependência. Deve ser uma das drogas mais poderosas que existe. Ninguém sai porque também é prazeroso. Mas não tô feliz no Instagram, e acho que ninguém tá. Eu não quero passar a vida nisso.


Meus motivos não tem nada a ver com Mark Zukerberg, roubos de dados, inteligência artificial e essas coisas que rodam por aí, sinceramente não me importo nem um pouco com isso. Meus motivos são que não aguento mais essa sensação de ser um dependente químico, de pegar o celular de 5 em 5 minutos e tragar o feed como se buscasse algo que nunca chega, igual ao cigarro (faz 6 meses que parei). Cansei de ver coisas que eu não precisava ver, cansei de passar raiva. Quantas vezes me perguntei ‘quem são essas pessoas? por que eu tô vendo tanto a vida de alguém que nunca falei oi? e por que eu me preocupo como ela vai se sentir se eu parar de seguir?.’

Não acho que seja natural a quantidade de informação que a gente consome, a quantidade de vidas que a gente assiste. Eu lembro quando eu conseguia blindar meu mundo das coisas exteriores, por pura ignorância, agora a todo momento eu sei o que está acontecendo por aí e o que eu tô perdendo. 


Eu adoraria achar um jeito moderado de usar, assim como eu queria fumar cigarro só no fim de semana, mas ambos não foram feitos para isso. Eu sempre tentei não me importar com os likes, ser o mais verdadeiro possível, mas eram só as primeiras curtidas chegarem e o dia estava acabado, a todo momento estava monitorando quem estava vendo e curtindo. É doentio, mas todo mundo releva porque também é delicioso. É crack. 


O Instagram parece uma festa em que ninguém está mais se divertindo, mas ninguém quer ir embora. Eu não vou esperar todo mundo sair pra eu sair.

Talvez o barzinho na esquina seja melhor, só tem três bebinhos mas pelo menos são de verdade.


O jeito que tô tentando lidar com isso é deixando meu perfil pessoal ativo, mas sem uso. Encerrado. Meu trabalho e o registro de algumas coisas que fiz estarão lá, mas não gostaria de atualizá-lo mais, nem entrar. (Por dica de um amigo meu, que sempre me dava bronca quando eu desativava meu perfil e tudo sumia.)

Vou seguir postando os projetos pessoais no @houseofguma, mas ponderadamente. Infelizmente a “vitrine” do Instagram é melhor. 

Penso em usar esse espaço do blog como um laboratório, mostrar processos, um álbum que eu esteja ouvindo ou o que me der na telha. Não me importo que ninguém veja, desde que eu não fique com a expectativa das notificações.

Fiz uma conta no Bluesky, nunca gostei do Twitter mas eu quero divulgar pros meus 3 seguidores o que eu estiver fazendo.

Ainda quero aprender e explorar muitas coisas, materiais e processos, diferentes linguagens. Mas preciso voltar a me perder no meu próprio mundo e parar de me confundir no mundo dos outros e do algoritmo.


Espero que a gente se encontre por aí, na vida real.



 
 
 

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